TÉNIS-DE-MESA – FILIPE CONCEIÇÃO FAZ UM BALANÇO DA 1.ª VOLTA DO CAMPEONATO NACIONAL DA 1.ª DIVISÃO MASCULINA


Numa temporada onde muita coisa mudou, desde os objetivos desportivos do clube à aposta clara nos jovens valores oriundos da formação, a equipa masculina de ténis-de-mesa da Associação Desportiva Galomar que milita no mais alto escalão da modalidade, tem vindo a adaptar-se a uma nova realidade. O percurso tem sido desafiante e os obstáculos imensos, mas a verdade é que neste momento o objetivo primordial definido para esta época, a manutenção, está bem encaminhado. Filipe Conceição foi o homem escolhido pelo clube para liderar o projeto. Para já a equipa ocupa o 7.º lugar da classificação, mas o jovem treinador garante que não pretende ficar por aqui: “Podemos fazer melhor”.
Se tudo terminasse agora, a Associação Desportiva Galomar (ADG) teria garantido o objetivo principal definido para esta temporada no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão masculina de ténis-de-semana, a manutenção. No entanto, estamos apenas a meio da competição, uma vez que a segunda volta do campeonato só agora teve início. Há muito ainda por disputar e nada está, para já, garantido. Tem sido um campeonato algo intermitente em termos exibicionais para o conjunto do caniço. “Foi uma 1.ª volta de sofrimento. Mais do que estávamos à espera. Sabíamos que iria ser um campeonato complicado, mas tínhamos muitas expetativas. Houve muitas situações de jogos onde estávamos taco-a-taco e caía sempre para o outro lado. Tivemos jogos muito complicados e que à partida não antecipávamos”, começou por referir Filipe Conceição.


Recentemente a equipa alcançou um triunfo decisivo, por 3-2, frente a um adversário direto na luta pela manutenção, a União Sebastianense, mas foi sofrer a bem sofrer. “Após o último jogo sentimos um alívio. Voltamos à tona para respirar um bocado. Lutamos e lutamos até dizer chega. Andávamos em apneia e foi bom poder voltar a respirar normalmente. Estávamos ansiosos por esse resultado e foi muito importante vencer”, destacou o jovem treinador. Um resultado que pode retirar alguma pressão sobre a equipa e soltar os jogadores para uma segunda volta mais forte. “Acredito que vamos melhorar. Podemos fazer melhor e vamos fazer melhor”, reforçou Filipe Conceição.
Um dos destaques, senão mesmo o maior destaque, na nova temporada foi a inclusão de dois jovens valores oriundos da formação do clube na equipa principal. Lourenço Sardinha e Rodrigo Vilhena são já jogadores de corpo inteiro do conjunto de Filipe Conceição, ao lado do brasileiro Humberto Júnior e do iraniano Miad Lotfijanabadi. “Segundo os objetivos iniciais que tínhamos proposto para eles têm correspondido bem. Em termos de maturidade estão melhores. O ambiente em que estão inseridos, com o profissionalismo do Humberto e do Miad, tem ajudado. Estão com outra maturidade, não só no comportamento dentro da mesa, como fora da mesa. Não só têm correspondido, como no último jogo o Lourenço Sardinha deu-nos aquela vitória num jogo decisivo e que foi espetacular. Têm tido um papel ativo na equipa, que era o que estávamos à espera”, referiu orgulhoso Filipe Conceição.
É preciso muita coragem e confiança no trabalho desenvolvido nos escalões de formação do clube para apostar em dois jovens atletas para competirem contra as melhores equipas e contra os melhores jogadores do ténis-de-mesa nacional, em especial numa época onde tanto mudou. “É um risco. Eles ainda estão em processo de formação. A qualquer momento podem falhar o que é normal. Faz parte do processo. Também é por isso que temos o Humberto e o Miad, para aliviar um pouco essa pressão sobre eles para que consigam ter um papel ativo na equipa. A situação em que nos encontramos advém também um pouco disso, o que é normal. Mas eles têm correspondido bem, têm tido bons desempenhos era isso que nós pretendíamos”, sublinhou o técnico madeirense. O futuro esse está bem definido: “Já há muitos anos que é claro que o Galomar aposta na formação. Já projetávamos isto que agora está a acontecer e futuramente queremos que os nossos jovens tenham um papel ainda mais ativo na equipa. A nossa aposta são eles”.


Dedicação, compromisso, respeito
O ténis-de-mesa da AD Galomar é um projeto desportivo de sucesso, com uma estrutura forte composta por pessoas competentes e que trabalham em conjunto e em uníssono para um objetivo comum. Um objetivo que esteve presente desde o primeiro dia e que assenta em princípios que não são negociáveis para os responsáveis do clube. “Acreditamos que é este o caminho a seguir. É este o caminho que nós queremos também enquanto treinadores. Mostrar estes princípios de dedicação, compromisso e respeito. A única maneira de eles conseguirem alcançar estes objetivos, estes resultados, é treinando muito. Temos treinos de manhã, à tarde e à noite e eles só não treinam mais se não quiserem. Nós, treinadores, temos sempre ambição e vontade e tentamos transmitir isso. Este é o caminho em qualquer vertente da nossa vida, não só no desporto como a nível pessoal e profissional. Dar o nosso melhor todos os dias”, explicou Filipe Conceição.
Dizem que é quando as coisas não correm tão bem que as pessoas revelam o seu verdadeiro caráter e na AD Galomar desistir não é opção. “Esta época tem sido enriquecedora não só para eles, como também para mim. As coisas podem estar a correr mal, mas o meu discurso para eles é sempre para não deitar a toalha abaixo. Em muitos jogos há sempre uma reviravolta, o que nunca pode acontecer é nós deixarmos de acreditar. São estas experiências que são importantes e enriquecedoras para a vida deles, a capacidade de superação, o acreditar sempre, o nunca desistir. Em qualquer momento, no treino, nos jogos damos sempre o nosso melhor. Nunca desistimos”, finalizou o técnico madeirense.
A AD Galomar volta a jogar no próximo dia 01 de março, quando receber a visita do GDCAAA Guilhabreu, em partida agendada para as 15 horas no Galo Active Health Club. Um encontro muito importante para o conjunto orientado por Filipe Conceição diante de um adversário direto que ocupa o 6.º lugar da classificação com mais um ponto (18) que os insulares.


Texto por: Rui Catanho